sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Salvador da semana


Por Felipe Pinheiro
A salvadora da semana é Roberta Monteiro, fotógrafa residente em Viçosa.
Por Letícia Abelha


Roberta Monteiro é uma jovem fotógrafa e estudante de Dança de apenas 22 anos. Nascida em Duque de Caxias, no estado do Rio de Janeiro, morou em diversos estados brasileiros devido à profissão do pai, como Ceará e Distrito Federal. No entanto, foi na cidade mineira de Juiz de Fora, onde viveu por 10 anos antes de vir à Viçosa para estudar, que começou a despertar seu interesse pela fotografia, atividade que desempenha já há mais de três anos. Roberta é a nossa convidada da semana para falar um pouco da sua arte visual.



Como se deu o seu contato com as artes visuais?
Eu comecei a me interessar em Juiz de Fora, eu tinha 18 anos. Conheci pessoas que eram fotógrafas e fui aprendendo com elas pela amizade mesmo, em mesas de bares, discutindo, aprendendo. Depois juntei uma grana, comprei uma câmera boa, profissional, e logo vim para Viçosa. Aqui, com um contato mais direto com as artes, por conta do curso de Dança, comecei a fotografar teatros, espetáculos de dança e depois comecei a variar. Comecei a fotografar tem três anos, também fazendo cursos e correndo atrás para aprender mais.

Para você, de que forma a fotografia representa uma forma de arte?
Para mim, não só a fotografia, mas as artes visuais no geral, a imagem, representam muita coisa, porque cada pessoa tem um olhar diferente, então qualquer obra que se tem em mãos pode representar uma coisa para uma pessoa e outra totalmente diferente para outra. É muito rico. O que você quer mostrar pras pessoas se estende e vira milhares, milhões de coisas. É uma viagem.





Como a arte aparece em suas fotografias?
Eu busco olhares. Eu descobri isso há pouco tempo. Fui fotografar um evento de congado, lá em Airões, com o bloco de maracatu daqui de Viçosa, que eu acompanhei. E eu descobri que o olhar das pessoas que estão no lugar, mesmo que eu tire fotos de pessoas que compõem o ambiente, diz tudo sobre o material que você vai ter depois. Então, para mim, isso é tudo, o olhar das pessoas, se elas estão felizes ou não com aquilo, o significado no momento é uma coisa rica. Gosto de fotografar pessoas.

Como você definiria seu estilo predominante como fotógrafa?
Eu gosto de coisas psicodélicas. Às vezes não consigo atingir essa ideia com tanto afinco, mas eu gosto de coisas criativas, que eu consiga buscar dentro de mim, de fato, a criatividade. Quando tenho fotografia de pessoas, retratos e tal, eu penso, faço um estudo do tema que a gente quer propor e aí estudo a maquiagem, toda a composição da foto para poder montar a ideia. Tento buscar o que as pessoas podem pensar além daquilo que eu pensei.






Você já buscou um elo de junção entre a fotografia e a dança?
Já, sempre. No ano passado eu escrevi um projeto para o ProCultura chamado as “As relações midiáticas e corpóreas  na contemporaneidade”. Nesse projeto eu trabalhei várias áreas da imagem, comecei no desenho, fizemos um estudo de pintura, escultura também, chegou na fotografia, que foi um período maior de trabalho, e depois o vídeo artístico, voltado para a dança. Foi um estudo teórico dessa parte imagética e um estudo prático no corpo. No fim do ano, apresentamos algumas fotografias, algumas performances na cidade, tentamos sair um pouco da UFV para expandir o trabalho, e apresentamos nas praças, foi bem interessante.

Está ligada a algum projeto atualmente?
Estou para fotografar um projeto de dança que está sendo criado esse ano, que se chama NEPARC  - Núcleo de Estudos do Projeto Argumentos do Corpo (já existente). Serei a fotógrafa oficial. É um projeto de dança que será levado para o Rio de Janeiro e algumas cidades daqui de Minas. Vou fotografar espetáculos de dança e performances. Os trabalhos começam no dia 18 de fevereiro e vão até o fim do ano. Neste ano estarei trabalhando nisso, é um programa grande.





Qual a representação da fotografia no cenário artístico hoje?
No Brasil, acho que está se expandindo cada dia mais. Sempre foi uma arte que as pessoas gostam bastante. É uma coisa que está no cotidiano de todo mundo, desde pequeno a gente lembra dos nossos pais usando o filme, escolhendo qual ASA utilizar, mas hoje em dia está mais acessível às pessoas, inclusive câmeras de qualidade, lentes de qualidade, aprender a utilizar o diafragma e o obturador. Acredito que por essa facilidade, as pessoas já têm um conhecimento maior disso em relação a antigamente.

Quais as formas tem utilizado para divulgar o seu trabalho?
Internet. Flickr, mais diretamente, e Facebook. Juntamente com o Coletivo 103, daqui de Viçosa, eu tenho divulgado para outros estados. Trabalho com eles desde 2010, quando o coletivo foi iniciado, e fotografo todos os eventos deles e o material acaba indo para São Paulo, Rio de janeiro, e daí surgem outros trabalhos. Quando levado para fora, o material costuma ser exposto em slides de apresentação e algumas vezes em exposição física. Minha última exposição aconteceu aqui no auditório Fernando Sabino (UFV) no evento Transversarte. Um evento do Amauri com o Coletivo 103 – Fora do eixo, a exposição se chamou “Demasiadas cigarras na tarde de um homem”.






Como tem sido o retorno do público na internet?
Muito bom. É impressionante, eu comecei minha conta no Flickr há três anos, aí eu postava um evento ou um ensaio e em uma semana eu conseguia umas 100 visualizações, e agora aqui em Viçosa, como tem esses anos que já trabalho e as pessoas já conhecem um pouco, eu consigo até 400 visualizações num dia. Eu fico bem feliz quando vejo um álbum que está no ar há pouco tempo e tem tanta gente vendo. É bem interessante.

Por fim, a fotografia salva?
Dá subsídios para isso. Na verdade a soma das artes salva, mais do que uma arte sozinha. A intertextualidade entre elas que nos faz enxergar e pensar noutras coisas além e colocar isso na nossa vida.

Fotos por Roberta Monteiro

Para conhecer um pouco mais do trabalho de Roberta Monteiro, acessem o seu álbum no Flickr no link abaixo:

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