Arte que salva: a fotografia

 

      por Cibelih Hespanhol

      A arte de fotografar é a salvadora desta semana. Quem nunca se atreveu por trás das lentes de uma câmera? O poeta Manoel de Barros nos introduz a esta arte:

Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.

Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.

Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.

Fotografei o perdão.

Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.

Fotografei o sobre.

Foto: Roberta Monteiro

     As câmeras fotográficas como hoje conhecemos (ou um projeto distante do que viriam a ser) eram, no começo, câmeras escuras: era este o nome dado ao artifício utilizado para conseguir imagens, que eram projetadas do exterior e desenhadas.

Câmera escura

    Era assim que, no século XVI, artistas como Leonardo da Vinci faziam nascer imagens - desenhando-as com a luz. Nos séculos seguintes a câmera foi se aperfeiçoando, através de inventores como Louis Jacques Mandé Daguerre e, mais tarde, William Henry Fox Talbot. A cor apareceu nas fotografias apenas depois de muito avanço científico aparecer pelo mundo.

Primeira fotografia colorida, de James Maxwell em 1861

    Entre os mais célebres fotógrafos, alguns nomes se destacam. Como Ansel Adams, americano, dono de fotos de belas paisagens cheias de contrastes:

The Tetons and the Snake River (1942), Ansel Adams

    O húngaro Robert Capa, que acreditava que se o fotógrafo não estivesse perto o bastante de seu assunto, não tiraria uma boa fotografia - e cobriu, com esta ideia, diversas guerras do século XX:

The falling soldier, Robert Capa

     E o francês Henri Cartier-Bresson, dono de um estilo natural e inconfundível. Foi um dos primeiros da área a usar película de 35 mm, se dedicando geralmente às fotografias preto e branco:

      A fotografia nasceu em preto e branco, mas ganhou cores. A foto colorida surgiu no século XIX.       Hoje, a fotografia já é até digital. Em 1990, a Kodak lançou o DCS 100, primeira câmera digital, marcando o início de um novo jeito de tirar fotografias.

Uma das primeiras fotografias coloridas, de 1942

      De arte abstrata a registro jornalístico, de preto e braco a cores, a fotografia é a expressão humana através dos olhos de uma câmera. Em Viçosa, quem nos salva com esta arte é Roberta Monteiro. A estudante de dança também se atreve a dançar com as imagens: Roberta é quem produz fotos artísticas, abstratas, donas de uma leveza só possível à sensibilidade de salvadores.

Fotos diversas: Roberta Monteiro

   

    Não perca nossa entrevista com a próxima salvadora do blog! Roberta, que em suas fotografias, nos salva com beleza e sensibilidade. 

É este o bate-papo de quinta feira do Salvador Daqui! Acompanhe!