terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Arte que salva: o grafite


  por Cibelih Hespanhol

    A escrita em sprays (grafiti, em grego, significa escrever) a soltar cores e gritos nos espaços urbanos já nasceu marginal: os primeiros writers (escritores) surgiram ao fim da década de 60, e usavam sua arte para escancarar em espaços públicos os problemas sociais que muitos queriam esconder.

Old School Graffiti Train - Trem pintado por 2Much, Scan e World - Foto Henry Chalfant

      O grafite é a expressão artística do Hip hop, cultura urbana originada dos guetos americanos, e que ainda possui em seus elementos o Break e o Rap.
      Vindo dos becos norte-americanos, dos lugares esquecidos, dos espaços urbanos marginalizados, de rua a rua o grafite ganhou o mundo. Hoje, o marginal é o herói da arte de rua, ou street art.
       


 Imagens diversas: street art


      Em maio de 68, enquanto o mundo assistia a sua juventude unida proclamar por mudanças, os muros  de Paris eram invadidos por inscrições de teor poético-político, de vários estilos e muitas cores. O grafite surgia, entre o silêncio e o branco, como expressão artística do movimento contracultural.


Grafite no muro de Berlim: exemplo de expressão contracultural

      A arte de rua é hoje um estilo de vida. Confira termos e gírias pertencentes ao universo do grafite:

WRITER - Grafiteiro, praticante da arte de graffiti, escritor urbano.
BITER – Aquele que copia o desenho ou até mesmo o estilo dos outros writers.
PIECE – Graffiti feito por um writer, onde se usa mais de 3 cores.
MURAL, PRODUÇÃO – Feita por um writer ou uma crew. Envolve no mínimo 2 pieces e alguns bonecos.
CREW – Grupo de grafiteiros.
TOY – Expressão utilizada para indicar um principiante ou alguém que grafita apenas por moda.
TAGGING UP – Tagear algum lugar difícil.
BOMBER - quem faz o bomb.
BOMBING – Sair pra fazer graffiti ilegal.
FREE STYLE - trabalho livre, improvisado.
THROW-UP – Vomito, estilo simples de letra, usado nos bombs. Geralmente feito em duas cores.
GOING OVER – Largar fora, fugir, correr da policia.
BUBBLE LETTERS – Tipo, estilo de letras em forma de bolha.
BACK TO BACK – Muro preenchido de ponta a ponta.
WHOLE CAR – Um lado do trem ou carro pintado completamente.
INSIDES – Tagear, bombardear os trens, ônibus etc. por dentro.
WINDOW DOWN - Piece feito pela janela de um trem ou ônibus.
BUFF - Termo usado quando se remove o piece ou bomb.
BONECO – desenho que representa figura humana.
PIECEBOOK – O livro com sketchs do writer.
OUTLINE - Desenho feito em piecebook, sketch.
FAT – Linha grossa, feita com Fat Cap.
MARKER – Marcador, pincel atômico.
HOMEMADE - Caseiro, é relacionado aos marcadores ou vídeos.
WILDSTYLE - Um estilo complicado, com letras entrelaçadas entre si. É considerado um dos estilos mais difíceis de fazer.
BACKGROUND - Fundo de um piece ou de uma produção.
FILL – Preencher, pintar o piece.
TAG – Assinatura do nome ou apelido do grafiteiro., plural de graffito)


      Além de gírias e culturas urbanas, o grafite também possui diversas modalidades. Dentre elas:
      Grafite 3 D: desenvolvido no intuito de causar uma sensação tridimensional

      WildStyle: letras em formato retorcido e cheias de setas
   
      Grafite artístico ou livre configuração: abrange desde caricaturas até imagens abstratas

      Dentre os mais famosos expoentes do grafite, destacam-se Jean Michel Basquiat e Banksy. No Brasil, o maior reconhecimento pela arte fica por conta de Os Gêmeos.

Nervosa e colorida, a arte de Basquiat o revelou como grafiteiro e artista neo-expressionista

 
Banksy é o pseudônimo que assina obras de escárnio político em Londres


Os gêmeos paulistas Gustavo e Otávio Pandolfo se destacam no cenário mundial
         
       Em Viçosa, o grafite também invadiu as ruas. É pelas latinhas de spray de Gabriel Esper que o movimento artístico mais se destaca. Quem anda pelas ruas da cidade, seja em passos distraídos ou apressados, já vislumbrou algumas das obras do artista. Ricas em tons e traços, elas invadem o cenário monótono e cinza do espaço urbano viçosense. É esta a arte que mora nas ruas.     


 Obra: homenagem aos "fominhas" do futebol- Acervo pessoal do artista



Obra: demônio oriental- Acervo pessoal do artista


Projeto: O povo brasileiro, homenagem à matriz africana. Skape e Raízes (Tuwile)- Acervo pessoal do artista




Na quinta feira, não perca nosso próximo post aqui no blog!
O Salvador Daqui entrevista Gabriel Esper, e divulga pra você tudo o que rolou no bate papo com este artista que também é um salvador de Viçosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário